4 de outubro de 2013

Panqueca (massa básica)




1 ½ xícara de farinha de trigo
1 ½ xícara de água
2 colheres sopa de óleo
1 colher chá de fermento em pó
Sal a gosto (eu uso cerca de 1 colher chá de sal)

Preparo:
Exceto o fermento, bata os outros ingredientes todos no liquidificador até ficar homogêneo. Depois, acrescente o fermento e mexa o suficiente para aderir bem na massa. Com o auxílio de uma concha para despejar a massa, agora é só fritar (se possível numa frigideira antiaderente) com um pouquinho de óleo e rechear com o que preferir.
Dicas: Substituir parcial ou totalmente a farinha de trigo branca por integral, o que combina especialmente com recheios doces! Tá aí outra dica, recheios doces! Fortificar a massa com semente de linhaça ou gergelim, ou algumas colheres de aveia em flocos também é legal para uma massa mais nutritiva.

Contem suas experiências e espero que gostem =P

Por Henrique Cruz.

14 de agosto de 2013

Inteligência dos animais é tema de campanha de incentivo ao veganismo

Escrito por Por Patricia Tai 

Há abundantes evidências de que porcos são tão inteligentes e sociáveis quanto cães. Mas enquanto para uma espécie é permitida a afeição e o respeito, a outra encara assassinatos em massa na rota para se tornar bacon, presunto e costeletas.
Buscando capitalizar em cima dessa discrepância, defensores dos direitos animais estão lançando uma campanha chamada “Someone Project” que pretende destacar pesquisas retratando porcos, galinhas e outros animais criados para o consumo como mais inteligentes e emocionalmente complexos do que geralmente se acredita. A esperança é que mais pessoas possam ver estes animais com a mesma empatia que sentem para com cães, gatos, elefantes, símios e golfinhos. As informações são da Global Animal.
“Quando você pergunta às pessoas por que elas comem galinhas mas não gatos, a única coisa que elas expressam é que sentem cães e gatos mais sofisticados cognitivamente que as espécies que elas comem – e nós sabemos que isso não é verdade”, disse Bruce Friedrich do Farm Sanctuary, uma organização de proteção animal vegan que está coordenando o novo projeto.
“Tudo se resume ao fato das pessoas não conhecerem animais criados para consumo do mesmo modo que conhecem cães e gatos”, explica Friedrich. “Nós somos uma nação de apaixonados por animais, e ainda assim, os animais que encontramos com mais frequência são os que nós pagamos para as pessoas matarem a fim de que possamos comê-los”, completou.
A cientista líder do projeto é Lori Marino, professora de Psicologia na Universidade de Emory que conduziu extensiva pesquisa sobre a inteligência das baleias, golfinhos e primatas. Ela planeja rever a literatura científica já produzida até então a respeito da inteligência dos animais explorados para consumo, bem como identificar áreas que justifiquem novas pesquisas e preparar relatórios sobre suas descobertas, que ela deverá fazer com que circulem por todo o mundo através das mídias sociais, vídeos e apresentação pessoal em conferências científicas.
“Eu quero ter certeza de que tudo isso será levado a sério”, disse Marino em uma entrevista. “O ponto não é colocar estes animais em um ‘ranking’, mas reeducar as pessoas sobre quem eles são. E eles são animais muito sofisticados”.
Para Marino e Friedrich, ambos veganos, os objetivos básicos do projeto são: construir apoio público para o tratamento humano aos animais, e impulsionar as fileiras de americanos que decidem não comer mais carne.
“Este projeto não visa coagir as pessoas a se tornarem veganas do dia para a noite, e sim dar-lhes uma nova perspectiva, embora esta talvez venha a fazer com que se sintam um pouco desconfortáveis”, Marino acrescentou.
“Pode ser que elas venham a pensar: ‘Eu não sabia que vacas e porcos poderiam reconhecer uns aos outros e fazer amigos especiais’ “, disse ela, que também comentou que isso deverá fazer as pessoas “se contorcerem um pouco”, e que será bom se for assim.
As maiores associações representando criadores industriais de aves e porcos dizem que os fazendeiros por elas representados já tomaram medidas para minimizar o tratamento cruel aos animais nas fazendas.
“Enquanto animais criados para servir a alimentação humana realmente têm um grau de inteligência, o Farm Sanctuary está buscando humanizá-los no sentido de fazer avançar a sua agenda vegan – um fim para o consumo de carne”, criticou David Warner, do Conselho Nacional de Produtores de Porcos. “Veganos têm o direito de expressar a sua opinião – e nós respeitamos esse direito – mas eles não deveriam forçar o seu estilo de vida aos outros”, acrescentou.
Gwen Venable, da Associação Americana de Aves e Ovos defende que a carne de aves provê uma fonte valiosa e acessível de proteína.
“Consumidores deveriam ser capazes de escolher sua comida baseados em suas próprias preferências alimentares e necessidades nutricionais, sem serem indevidamente influenciados pela agenda pessoal de um grupo”, escreveu ela em um e-mail, e disse ainda: “Nós não sentimos que a campanha do Farm Sanctuary seja razoável, uma vez que tem por objetivo último erradicar as aves e os porcos das dietas dos consumidores”.
Thomas Super, do Conselho Nacional de Frangos, diz que esforços para comparar animais de fazenda com os domésticos é parte de uma estratégia para criar uma sociedade “livre de carne”. Ele também argumentou que os fazendeiros e as companhias criadoras de galinhas têm grande interesse em assegurar que os animais sejam saudáveis e bem tratados.

Apesar do Someone Project abranger várias espécies de animais exploradas para consumo humano, os porcos deverão receber um foco especial dada a amplitude de estudos anteriores sobre sua inteligência e comportamento. Alguns pesquisadores dizem que as habilidades cognitivas dos porcos são superiores às de uma criança de três anos de idade, assim como as dos cães e gatos.
A ONG PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) tem uma seção em seu site intitulada “The Hidden Lives of Pigs” (“As vidas ocultas dos Porcos”), que  retrata os mesmos como animais sociáveis, divertidos e protetores, com um vocabulário composto por mais de vinte expressões vocais diferentes.
“Porcos são conhecidos por sonhar, por reconhecer seus próprios nomes, aprender truques como sentar para ganhar um petisco, e levar vidas sociais com uma complexidade previamente observada somente em primatas”, diz o site. “Como os humanos, os porcos apreciam ouvir música, brincar com bolas de futebol e receber massagens”.
No site, também são recontadas notícias de porcos que salvaram a vida de animais em perigo ou que salvaram a si mesmos ao pular de caminhões com destino ao matadouro.
tratamento dado aos porcos tem sido uma questão política em diversos estados americanos devido aos esforços para a aprovação de leis que proíbam o confinamento de porcas em celas de gestação.
Friedrich diz que ele consegue mais progressos com legisladores estaduais nesta questão quando ele argumenta que porcos são mais avançados cognitivamente que cães e gatos.
“Eles iriam se horrorizar se cães ou gatos fossem submetidos às mesmas condições”, conta Friedrich.
Bob Martin, especialista em sistemas alimentares da Escola de Saúde Johns Hopkins, afirma que ele desenvolveu uma apreciação da complexidade emocional dos porcos quando trabalhou recentemente como diretor executivo da instituição Pew Commission on Industrial Farm Animal Production.
“Porcas em celas de gestação mostram diversos sinais de depressão”, disse ele. “Quando eu fui a uma fazenda em Iowa onde os porcos não estavam confinados, eles vinham correndo para cumprimentar o fazendeiro assim como fazem os cães. Eles queriam interagir com ele”.
O professor Bernard Rollin, que leciona Filosofia e Ciência Animal na Universidade do Colorado, acredita que uma “cegueira ideológica” faça pensar que estes animais não são inteligentes. Ele considera que o problema possa residir no fato das pessoas verem estes animais como rebanhos. “Você vê mil vacas ou porcos e pensa que eles são iguais, mas há realmente diferenças individuais imensas”, argumentou ele.
De acordo com o Farm Sanctuary, vacas ficam estimuladas quando recebem desafios intelectuais, galinhas podem andar por labirintos e antecipar o futuro, e ovelhas são capazes de lembrar de dezenas de fisionomias individuais humanas e de outras ovelhas por mais de dois anos.
Há pesquisas sugerindo que campanhas como a Someone Project podem exercer grande influência nos consumidores. Em um recente estudo que examinava as dúvidas que as pessoas tinham quanto a comer carne, os psicólogos Matthew Ruby e Steven Heine da Universidade de British Columbia concluíram que o nível de inteligência dos animais não-humanos era a preocupação mais comum.
Outro estudo conduzido por pesquisadores universitários da Austrália e Inglaterra revelou que muitas pessoas que comem carne sentem conflito moral se lembradas da inteligência dos animais que estão consumindo.
“Embora a maior parte das pessoas não se importe em comer carne, elas não gostam de pensar que os animais que elas comem têm mentes pensantes”, escreveram os pesquisadores no Boletim de Personalidade e Psicologia Social.
Dena Jones, gerente do Animal Welfare Institute, prevê que a consciência sobre a inteligência dos animais explorados para alimentação humana deverá aumentar constantemente, levando a uma maior pressão sobre a indústria, desde os varejistas de alimentos até as cadeias de restaurantes.
“São os varejistas que irão forçar a indústria a trazer suas práticas em linha com as expectativas dos consumidores”, disse ela.
Janeen Salak-Johnson, professora do Departamento de Ciências Animais da Universidade de Illinois, disse que observa um conflito entre seus estudantes quando eles se defrontam com questões sobre bem-estar animal e suprimento de alimentos. Ela conta que, enquanto alguns alunos do subúrbio de Chicago estão partindo para dietas vegetarianas, os de comunidades rurais têm a crença de que as fazendas locais ajudam a alimentar o mundo.
Salak-Johnson se diz a favor de um “meio termo”, e alega que campanhas como a Someone Project vão longe ao tentar equalizar animais que ela chama “de produção” com animais domésticos.
“Nós não podemos deixar todos estes animais livres – não é um sistema economicamente sustentável”, afirmou ela, que ainda acrescentou: “Precisamos cumprir nossas obrigações com estes animais, mas é justo da nossa parte fazer o mundo passar fome?”.


Por Nathalia Mota

12 de agosto de 2013

Antibiótico usado em galinhas mata 1500 pessoas por ano na Europa

Escrito por Por Patricia Tai 
Um tipo de antibiótico que está sendo aplicado em galinhas criadas para consumo humano é culpado pela morte de mais de 280 pessoas por ano na Grã-Bretanha, segundo estudo. As informações são do Daily Mail.
O antibiótico cefalosporina de terceira geração, que é aplicado em bilhões de galinhas para tratar infecções pela bactéria E.coli (Escherichia coli), resultou em várias linhagens de bactérias que são resistentes a tratamento quando transmitidas a humanos.
Cientistas publicaram suas descobertas no Jornal de Doenças Infecciosas e descreveram o número de mortes como “impressionante”. Eles acreditam que aproximadamente 1500 pessoas morrem por ano em toda a Europa em decorrência dessa contaminação.
Taxas de infecção de uma estirpe conhecida como G3CREC triplicaram em pessoas e animais entre 2007 e 2012.
Os dados estudados pelos cientistas vieram dos Países Baixos e levaram à conclusão de que houve 1318 mortes adicionais na Europa.
“Os números de mortes evitáveis e os custos de cuidados médicos para tratar o problema causado pelo uso desse medicamento são assustadores. Considerando estes fatores, o uso contínuo dessas drogas antimicrobiais deveria ser urgentemente examinado e interrompido, particularmente em aves, não só na Europa mas em todo o mundo”, alertam os cientistas.
Richard Young, assessor político da Soil Association, disse: “Essa é a primeira estimativa detalhada a emergir sobre as consequências à saúde humana do uso de antibióticos na agricultura europeia”, e acrescentou que “isso indica que muitas pessoas morrem de infecções resistentes devido ao excesso de confiança em antibióticos utilizados na criação intensiva de gado”.
Imagem da bactéria E.coli. (Foto: Alamy/Daily Mail)
Nota da redação: Eis um exemplo de situação em que o homem morre do próprio veneno. Essa é mais uma prova da necessidade urgente da humanidade deixar de comer carne e derivados de animais. Infelizmente, o caminho percorrido pelos venenos aplicados nos corpos dos animais que serão mortos para consumo humano é silencioso e sorrateiro. Quantas doenças além destas fatais estarão se desenvolvendo em organismos humanos, só pelo fato dos mesmos ingerirem carne? Sem contar que a matéria em questão não tratou dos tão conhecidos hormônios que são aplicados nas aves para que cresçam mais rápido, para atender à velocidade da indústria da morte e do lucro, que estranhamente também é a da alimentação humana.
Se os humanos não conseguem aderir ao veganismo pela mera compaixão aos animais – motivo mais que suficiente, diga-se de passagem, deveriam fazê-lo então por preocupação consigo mesmos.
O mais triste é que, em uma reportagem como esta que traz tão embutida a questão dos malefícios do consumo da carne, se perca o mais importante, que é a própria sina desses animais que vivem curtas e miseráveis vidas de escravidão, amontoados em avícolas industriais.
Como se não bastasse terem de passar por essa existência explorada e medíocre como se fossem “coisas”, os animais precisam receber drogas pesadas para combater doenças causadas, por sua vez, tão somente pelas próprias condições que lhes são impingidas pelo ser humano que as explora, ser humano este que não é apenas o criador ou empresário, mas também e principalmente o que consome os seus corpos mortos e “produtos”.
Por Nathalia Mota

7 de agosto de 2013

O leite, entrelinhas


Na embalagens, uma fazendinha feliz. Na rotina da empresa, exploração e assassinatos.

A fazenda São José, que produz a marca de leite Fazenda Bela Vista, é a propriedade que tem a maior produção de leite do Brasil e tem os mais modernos equipamentos do setor. Em uma matéria publicada no site do programa Globo Rural em 2011, o já falecido fundador do negócio explica, ao lado de seu neto e sucessor, alguns processos que levaram seu negócio ao êxito financeiro. Ao explicar como consegue retirar, em média, 26 litros por dia de cada uma das 2.430 vacas em lactação, ele revelou, entrelinhas, algumas práticas monstruosas que passam desapercebidas pela maioria das pessoas. Sem a intervenção humana, uma vaca não produziria mais que 3 litros de leite por dia, o suficiente para seu filhote.

Assim como uma mulher ou qualquer outra fêmea de um animal mamífero, a vaca só produz leite quando tem um filhote. Ao todo, a fazenda São José tem 6 mil vacas que são inseminadas artificialmente e exploradas até o momento do descarte (morte). Cerca de ⅓ das vacas sempre estão em lactação. Além das quantidades astronômicas de grãos e outros alimentos que estes animais consomem (135 toneladas de comida por dia), chama a atenção o manejo dos filhotes.

Em algumas propriedades leiteiras, os filhotes que nascem machos simplesmente são descartados, mortos para virar algum tipo de gordura ou triturados para virar ração. Na fazenda São José, ao que parece, eles acharam mais rentável criar os bezerros machos e as novilhas (filhotes fêmeas) até os 180 dias. Nessa idade, ainda bebês, os machos são assassinados e as fêmeas vão para a primeira inseminação artificial, para começar o ciclo de cria e exploração de seu leite. Os filhotes passam apenas 12 horas com a mãe, para que seja liberado o colostro, que é congelado e pasteurizado. Depois, os filhotes são separados da mãe e enviados para baias individuais. O colostro é um alimento especial preparado pela natureza para as primeiras horas de vida de um bebê mamífero, porém, na indústria leiteira ele é congelado e pasteurizado.

A reportagem do Globo Rural não revelou, no entanto, qual o destino dos corpos dos filhotes machos e do colostro roubado das mães. Provavelmente, os bezerros machos são vendidos como vitela, uma carne branca e com pouco desenvolvimento muscular (de filhote).

Todos estes dados são de uma propriedade que é modelo no setor leiteiro. Ainda assim, a exploração e morte dos animais é parte do negócio. Na maioria dos casos, é muito pior.

Conheça os números da fazenda São José
Produção de leite: 65 mil litros/dia
Vacas em lactação: 2.430 cabeças
Média de produção/vaca/dia: 26 litros
Consumo de silagem (milho, soja e outros alimentos) e feno: 135 toneladas/dia
Consumo de água: 900 mil litros/dia
Rebanho total: 6 mil animais
Mão de obra: 56 funcionários


Por Nathalia Mota

4 de agosto de 2013

Veganismo - O que é?

Veganismo é o modo de vida que busca eliminar toda e qualquer forma de exploração animal, não apenas na alimentação, mas também no vestuário, em testes, na composição de produtos diversos, no trabalho, no entretenimento e no comércio. Veganos opõem-se, obviamente, à caça e à pesca, ao uso de animais em rituais religiosos, bem como a qualquer outro uso que se faça de animais.
Veganos são, portanto, vegetarianos que excluem animais e derivados não apenas de sua dieta, mas também de outros aspectos de suas vidas. Esse modo de vida fundamenta-se ideologicamente no respeito aos direitos dos animais e pode ser praticado por pessoas de quaisquer credo, etnia, gênero ou preferência sexual. O veganismo não tem relação com crenças políticas nem com preferências musicais, nem deve ser associado a determinada cultura. Trata-se, portanto, de uma prática universal.

Como praticar o veganismo
Embora a abstenção de produtos e serviços derivados da exploração animal pareça resultar em um modo de vida bastante restritivo, a prática do veganismo é relativamente simples e fácil, especialmente nos grandes centros urbanos.
Veganos são, primeiramente, vegetarianos. Isso significa que veganos jamais devem consumir alimentos que contenham a carne de nenhum animal (inclusive aves, peixes e invertebrados), ovos, leite, gelatina, mel, cochonilha ou outros ingredientes derivados de animais.
A dificuldade maior em não consumir esses alimentos encontra-se no fato de que a maior parte dos produtos industrializados possui um ou mais deles em sua composição. No entanto, é importante que produtos que possuam tais ingredientes, ainda que em pequenas quantidades, sejam boicotados, optando-se por produtos que não os contenham em sua composição.
Muitos vegetarianos optam por não consumir alimentos industrializados para, desta maneira, evitar o consumo de alimentos cuja composição não seja bem conhecida. Tal escolha é uma opção pessoal, não sendo tal prática inerente ao veganismo. Desde que isentos de ingredientes de origem animal, alimentos industrializados podem ser consumidos por vegetarianos.
Veganos devem, sempre que possível, evitar a utilização de produtos testados em animais ou que possuam ingredientes de origem animal em sua composição. A experimentação animal é uma das formas mais cruéis de exploração animal, estando, no entanto, bastante difundida, sobretudo nos produtos farmacêuticos, de higiene e em cosméticos. Há, porém, diversas marcas e linhas de produtos que não utilizam elementos de origem animal e nem utilizam animais para testar seus produtos.
Veganos também devem dar atenção ao vestuário. Sapatos e acessórios de couro, peles, seda, lã, penas e plumas são produtos oriundos da exploração animal. Há diversas opções no mercado que substituem com vantagens tais itens e não há como justificar a necessidade de continuar tal uso.
De igual maneira, veganos jamais devem entreter-se às custas de animais. Animais não estão nos zoológicos e aquários por opção; eles não realizam performances em circos porque assim o querem, nem pulam em rodeios porque consideram isso divertido. É óbvio que esses animais são coagidos a participar desses "espetáculos" torpes.
Não há como considerar touradas, corridas de animais, rinhas, vaquejadas, cavalhadas, caça, pesca e outras formas de tortura como sendo esportes ou manifestações culturais. Elas são, isso sim, demonstrações grosseiras e cruéis da dominação humana sobre outras espécies.
Embora veganos possam tutelar animais, deve haver toda uma ética em relação à aquisição dos mesmos. Animais jamais devem ser adquiridos mediante transação comercial, permuta ou escambo, nem devem provir de ninhadas produzidas intencionalmente com o objetivo de venda dos filhotes. Salvo algumas exceções, veganos geralmente adotam animais abandonados, preferindo animais sem raça definida e com menores chances de serem adotados por outros tutores.
Veganos devem opor-se, igualmente, a todas as outras formas de exploração animal.

Os veganos são radicais?
Em um certo sentido todas as pessoas do mundo são radicais. A maioria de nós é radicalmente contra a violência, radicalmente contra o abuso infantil, a injustiça... Não há nada de errado em ser radical em questões que julgamos justas.
O contrário de ser radical é ser moderado. Mas será que é sempre certo sermos moderados? Que imagem devemos ter de uma pessoa que tenha uma visão permissiva em relação a questões como a escravidão, o estupro e tantas outras?
Sim, veganos são radicais porque não aceitam de forma alguma a exploração animal, assim como não aceitam de forma alguma a exploração humana. Não aceitar significa fazer algo a respeito, mesmo que isso signifique questionar o modo de vida que estamos acostumados a ter.

De que forma o veganismo atua em defesa dos animais?
Todo sistema produtivo está sujeito às leis de mercado, inclusive os sistemas que envolvem a exploração animal. A cadeia produtiva que envolve esta inclui o produtor ou criador, o transportador, o processador ou abatedor, o distribuidor, o comerciante e o consumidor. Todos esses são elos importantes da cadeia de exploração animal e a falta de quaisquer desses elos compromete todo o funcionamento do sistema.
Pode-se dizer que uma pessoa que participe dessa cadeia apenas como consumidor é tão responsável pela morte do animal quanto, por exemplo, o abatedor, pois se trata de um sistema de exploração cíclico e interdependente. Como em qualquer crime, há a mão que desfere o golpe, mas tão responsável quanto quem o desferiu é a mão que paga por ele. Se ninguém comprasse carne, leite e ovos não haveria quem os vendesse. Não haveria interesse por sua produção, seu transporte e sua comercialização.
A proposta principal do veganismo consiste em atuar como uma força de mercado. Veganos efetivamente impedem que mais animais continuem a ser explorados quando boicotam produtos de origem animal, que tenham sido testados em animais ou que de alguma forma derivem ou resultem de exploração animal.
E maior será essa força de mercado quanto maior for o número de veganos efetivamente atuando nesse boicote. Por esse motivo há a necessidade de divulgação do veganismo para o maior número de pessoas possível. O objetivo do veganismo é pôr fim à exploração animal.

O que eu posso fazer?
O primeiro passo para trilharmos o caminho do veganismo e dos direitos dos animais é tornarmos a nós mesmos veganos, adotando esse modo de vida. Em muitos lugares encontraremos pessoas que dizem respeitar os direitos dos animais, mas se elas mesmas não se tornaram veganas elas não podem dizer que estão efetivamente defendendo os direitos dos animais. O veganismo é o primeiro e não o último passo a ser dado.
Esse importante passo só pode ser dado concomitante com a educação. Apenas educando-nos podemos adotar um veganismo consciente. O veganismo sem consciência nada mais é do que uma fase efêmera da vida. A educação também propicia que nos pronunciemos com propriedade sobre determinado assunto.
O segundo passo é tornarmo-nos difusores desse modo de vida. O veganismo deve ser sempre difundido por meio da educação e jamais por campanhas violentas, coercivas ou de mau gosto. As informações transmitidas ao público devem ser sempre confiáveis e bem fundamentadas, pois o veganismo deve ser algo atraente e não repulsivo, deve ser abrangente e não limitador.



Por Nathalia Mota