A todo
o momento nos confrontamos com uma decisão de afirmarmos nossos valores,
valores que envolvem e nos trazem o indício de quem somos. O que somos e o que
temos para oferecer não é um problema exclusivamente nosso, como muitos pensam,
mas pelo contrário, a partir do momento em que vivemos em sociedade nossa forma
de agir e, portanto, de ser, influencia diretamente a vida dos outros, sejam
elas pessoas ou animais. Simples escolhas determinam uma reação em cadeia que
interferem direta e indiretamente na vida dos outros, para o bem e para o mal,
para a paz e para o martírio. Mas aonde uma simples escolha de ir ao rodeio se
encaixa nisso tudo?
Vejamos, todo rodeio existe por apresentar uma atividade extremamente rentável
a quem organiza, a quem patrocina e que, portanto, investe neste evento. O
rodeio como um evento não é uma novidade a ninguém. Todos sabem no que consiste
tal prática, como uma competição "esportiva" na qual uma pessoa (o
peão) deve permanecer um maior período de tempo possível em cima de um animal
(normalmente boi ou cavalo) a pular incessantemente. O que muitos não sabem é o
que fazem para o animal pular e correr desta maneira, ele não faz porque há
alguém montado em suas costas, faz por sentir dor, por está estressado, por ser
torturado. A partir disso, retiramos a ótica do rodeio como prática esportiva e
analisamos como um evento de tortura, onde os torturados são os animais que não
tem voz, nem conseguem fazer denúncias ou reclamarem por seus direitos.
Precisamos compreender o rodeio como uma prática de tortura, mas só isto não é
o suficiente. Há nos rodeios de hoje em dia, inclusive nos que ocorreram e nos
que irão ocorrer ainda nesse ano, a prática de aliar o evento da tortura (aqui
já mencionado) com um show musical. O show musical normalmente recheado de
cantores famosos com grande repercussão nacional, onde são lançados de formas
bombásticas pela mídia, alcançando o sucesso e a fama, e, conseqüentemente, a idolatria
de uma parcela grande da população, fazem um show no rodeio e atraem
maciçamente as pessoas para o evento.
Muitas pessoas não gostam do rodeio como a prática “esportiva” em que tortura
os animais, mas vão simples e exclusivamente por causa dos shows, do cantor ou
cantora na qual os tem como ídolos. É importante ressaltar que a prática de
tortura não está em momento algum desassociada do evento musical, os dois se
coligiram para um mesmo ponto, formando um todo. Ir ao rodeio significa, sejam
elas quais forem as intenções, aceitar e comungar com a idéia de estar
financiando o evento como um todo, tanto o show musical como a prática
“esportiva” de tortura aos animais. Isso nos abre a mente, e abrir a mente
significa nos desprendermos de um mundo pequeno e ultrapassado, para
enxergarmos o que realmente acontece, um evento que se apropria de um show
musical para atrair pessoas e repercussões, portanto patrocínios e
investimentos financeiros, no qual possibilitam a manutenção de um evento
“esportivo” dito “cultural”, na qual os que são sempre prejudicados e os que
sempre sofrem são os animais.
Devemos nos fazer a seguinte pergunta: Vale a pena ir ao rodeio para ver um
show de algum cantor(a) e assim financiar a continuidade da tortura aos animais?
Reafirmo a questão dos valores como no princípio do texto reintegrando a frase
que escrevi na qual abri meu pensamento: “A todo o momento nos confrontamos com
uma decisão de afirmarmos nossos valores, valores que envolvem e nos trazem o
indício de quem somos.” O valor de ser humano implica em nos sentirmos
superiores ao ponto de acharmos que nossos desejos e vontades devem ser
realizados independentemente se algum animal irá sofrer por isso? Os animais
devem deter o direito de viverem em paz, sem passarem por tortura, maus-tratos,
martírios, na qual nós seres humanos nunca desejaríamos passar? Gostaríamos de
passar pelo que eles passam? As respostas vêm segundo os valores de cada um.
(Seja humano, não vá ao rodeio)
Por Piracicaba contra rodeio – escrito pelo ativista Guilherme.
Mais informações aqui!
Por Nathalia Mota
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