Cruel, arcaica e ineficiente: esta é a indústria bilionária dos testes em animais
São cada vez mais comuns as manifestações públicas e organizadas de repúdio aos testes em animais. Na Itália, milhares de pessoas foram às ruas e conseguiram fechar um biotério (lugar que “fabrica” animais) com mais de 2.500 cães da raça Beagle que seriam usados para testes farmacêuticos (lembre do caso). Aqui no Brasil, um forte grupo está organizado para protestar contra o Instituto Royal, localizado em São Roque-SP, que tortura atualmente cerca de 60 Beagles (lembre o caso). Logo após este grande protesto em São Roque que, segundo os ativistas, foi apenas o primeiro, o ativista e presidente da ONG VEDDAS George Guimarães falou por mais de 20 minutos ao vivo sobre o assunto na Record News (assista). Há anos, um vídeo documentário do Instituto Nina Rosa, de São Paulo, denuncia os testes em animais. O documentário chama-se “Não Matarás” e está disponível gratuitamente no Youtube (assista aqui). Estes são apenas alguns exemplos. Fica claro que não há mais espaço para este tipo de atividade na época em que estamos. Entenda:
1. Testes em animais são extremamente cruéis
Para testar drogas e insumos para a indústria, bilhões de animais – principalmente roedores, cães, gatos e primatas – são trancados em laboratórios anualmente e submetidos à práticas dolorosas. Inserção de substâncias tóxicas em seus olhos, inalação forçada de fumaça e implantação de eletrodos em seu cérebro são apenas algumas destas práticas. Via de regra, são utilizados animais de pequeno porte e dóceis, para facilitar o manejo dentro dos institutos de pesquisa. Neste cenário, a raça Beagle, infelizmente, se encaixa perfeitamente e são eles os preferidos dos vivisseccionistas (o que é um vivisseccionista?).
2. Testes em animais atrasam o desenvolvimento da ciência
Em todo o mundo, especialistas se dividem sobre o papel dos testes em animais no progresso científico. De um lado, há os que dizem que não há condições de haver novas descobertas importantes para a saúde humana sem este tipo de prática. Por outro lado, existe o grupo dos que dizem que os testes animais impedem que a ciência evolua, mantendo-a em um ciclo arcaico de práticas sem razão.
Um destes entusiastas do fim dos testes em animais é o médico norte-americano Ray Greek que, em 2010, disse à Revista Veja (leia):
“As drogas deveriam ser testadas em computadores, depois em tecido humano e daí sim, em seres humanos. Empresas farmacêuticas já admitiram que essa será a forma de testar remédios no futuro.”
Ray afirma que os testes são uma falácia e que atrasam a ciência. Ele é voluntário para testes em humanos, desde que observados todos os pré-requisitos de segurança.
3. Testes em animais são ineficientes
Grupos de cientistas favoráveis à testes sem animais usualmente citam o lucro da indústria como principal causador de sua permanência no meio acadêmico e farmacêutico. Fica claro que há uma economia dependente dos bilhões de dólares investidos por ano neste mercado. Porém, este dinheiro não está sendo aplicado para o bem das pessoas.
O médico Ray Greek, ainda em entrevista à Revista Veja, em 2010, afirmou: “A indústria farmacêutica já divulgou que os remédios normalmente funcionam em 50% da população. É uma média. Algumas drogas funcionam em 10% da população, outras 80%. Mas isso tem a ver com a diferença entre os seres humanos. Então, nesse momento, não temos milhares de remédios que funcionam em todas as pessoas e são seguros. Na verdade, você tem remédios que não funcionam para algumas pessoas e ao mesmo tempo não são seguros para outras. A grande maioria dos remédios que existe no mercado são cópias de drogas que já existem, por isso já sabemos os efeitos sem precisar testar em animais. Outras drogas que foram descobertas na natureza e já são usadas por muitos anos foram testadas em animais apenas como um adendo. Além disso, muitos remédios que temos hoje foram testados em animais, falharam nos testes, mas as empresas decidiram comercializar assim mesmo e o remédio foi um sucesso. Então, a noção de que os remédios funcionam por causa de testes com animais é uma falácia.”
Se ainda assim você tem dúvidas, veja:
Denúncia feita em 2009 pela PETA, ONG norte-americana, contra a indústria de alimentos para pets IAMS (Eukanuba). No vídeo abaixo, cenas dos experimentos feitos em cães da raça Beagle.
ATENÇÃO! Cenas fortes.
Há alternativas
Estudante, não quer matar animais em seu curso? Conheça a objeção de consciência: www.1rnet.org/objetando.htm.
Consumidor, saiba o que coloca no carrinho e como foi produzido. O site PEA (Projeto de Esperança Animal) mantém aquela que é hoje a lista mais atualizada de empresas brasileiras que testam e de empresas que não testam em animais (consulte). Certamente, vai ajudar você a fazer melhores escolhas. Caso o produto em que você está interessado seja importado ou de uma empresa multinacional, acesse a lista mundial da PETA, aqui.
Manifeste-se, ainda que seja em um e-mail ou telefonema para a empresa que fabrica seu produto favorito. Eles precisam saber que você não concorda com testes em animais. Assim, ou eles se adaptam ao novo mercado, ou o mercado descartará os produtos deles.
Acesse e divulgue: www.vista-se.com.br/testes
Por Nathalia Mota
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