21 de fevereiro de 2010

A triste vida das galinhas poedeiras

A indústria de produção intensiva de ovos envolve pro­ces­sos tão ou mais cruéis que a indústria alimentar da car­ne. As galinhas poedeiras vivem en­carceradas em gaiolas de arame, sem fundo, o que resulta, muitas vezes, em ferimentos nas patas. As gaiolas são de um tamanho tão reduzido que as galinhas não conseguem sequer rodar sobre si próprias ou bater as asas.

Chegam a viver até sete galinhas por gaiola amontoadas umas sobre as outras. Não lhes é permitido qualquer tipo de liberdade para desenvolverem comportamentos naturais, como es­gra­vatar o solo com o bico em busca de alimento ou empoeirarem-se para se refrescarem.

O ambiente de armazém super po­voado, causador de imenso stress, as faz desenvolver comportamentos es­te­reo­ti­pados que podem pôr em risco a sua eficácia enquanto poedeiras. Por isso, os criadores desenvolveram métodos que evitam com­portamentos indesejados por parte das aves: transformam o ambiente do armazém de modo a que as galinhas per­ma­neçam em semi-escuridão e cortam-lhes os bicos a sangue frio utilizando uma lâmina quente, sem qualquer tipo de anestesia.

Quando a produção de ovos cai, lhes é retirado o alimento e os períodos que passam em escuridão alargam-se por mais de um mês. O objetivo é criar um choque corporal no animal para alterar novamente o seu ciclo de produção de ovos, de maneira a obter uma taxa produtiva mais alta.

Naturalmente que para um produtor dono de uma destas fabricas é mais rentável negligenciar os cuidados àquelas que adoecem e deixá-las morrer do que investir em melhorias de condições.

As galinhas menos resistentes e incapazes de continuar a pôr ovos são encaminhadas diretamente para o matadouro e, por vezes, são lançadas vivas numa espécie de triturador. Os restos das galinhas trituradas vivas são por vezes utilizados para confeccionar os conhecidos "nuggets".

Todas as galinhas que conseguem so­breviver a esse período de tempo em que se encontram encarceradas, chegam aos matadouros com­pletamente esgotadas, mu­­tiladas e depenadas. As aves chegam ao abate já com várias fraturas ósseas, tendo ainda pela frente uma morte cruel e dolorosa na degoladora. Este instrumento de abate falha muitas vezes na sua função de carrasco rápido, deixando que muitas galinhas sangrem até ao último suspiro.

Assim, a vida destas galinhas poedeiras não é em nada mais fácil ou feliz que aquela dos frangos na indústria da carne. Os dois setores estão intimamente ligados, ca­racterizando-se pela naturalidade com que se encaram os animais como máquinas de fazer dinheiro; em qualquer uma destas indústrias, os interesses das aves são desrespeitados.

Texto publicado no site: www.centrovegetariano.org
Por, Henrique Cruz. 

Um comentário:

  1. não matem essas galinhas tem que viver mais para produção de ovos caipiras

    ResponderExcluir