7 de outubro de 2010

Justiça decreta retirada imediata de urubus da 29ª Bienal de São Paulo

O juiz federal Eurico Zecchin Maiolino, da 13ª Vara Cível Federal, determinou nesta quinta-feira (7) a retirada dos urubus,que fazem parte da obra "Bandeira branca", do artista Nuno Ramos, exposta na 29ª Bienal de São Paulo.

A justiça não acatou o pedido da Fundação Bienal de São Paulo para manter as aves, após o Ibama de São Paulo solicitar, na última sexta-feira (1), a retirada dos animais por considerar que "as instalações estavam inadequadas para a manutenção das aves".

A Fundação Bienal de São Paulo tinha cinco dias para devolver os urubus ao Parque dos Falcões, em Sergipe.  A fundação havia pedido a suspensão da notificação alegando "o direito à livre manifestação artística, além de não existir prova de maus tratos dos animais expostos".

Na decisão, o juiz declarou ser razoável "a suspeita da possibilidade de dano aos animais", por considerá-los silvestres e vivendo fora de seu hábitat natural.

A Fundação afirma que irá acatar a ordem da Justiça e deverá retirar as aves do local após o fechamento na Bienal, às 22h nesta quinta (7).
 
Abaixo-assinado e pichação

A presença dos urubus na instalação "Bandeira branca", de Ramos, é polêmica desde antes da abertura oficial da 29ª Bienal, em 25 de setembro. Internautas e grupo de defensores dos direitos dos animais criaram um abaixo-assinado contra a exibição da obra do artista na mostra.

Na época, tanto Ramos quanto os organizadores da Bienal declararam que a presença das aves estava "dentro da legislação" e que "o autor da obra possui todas as licenças exigidas pelos órgãos de preservação ambiental para o uso desses animais".

No primeiro do evento, houve manifestação para a retirada dos urubus e, inclusive, um ato de pichação. Um grupo de pichadores cortou a rede que protege a obra e escreveu nela a frase "liberte os urubu" (sic).


Fonte

Por Alex Peguinelli

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