30 de abril de 2012

Em momento histórico, mais de mil italianos invadem criadouro e salvam Beagles de testes


Não foi meia dúzia de ativistas mascarados, foi a sociedade inteira
O que aconteceu neste sábado (28/04/12) na Itália mostra que os testes em animais não têm mais espaço no tempo de informação em que vivemos. Mais de mil pessoas participaram de uma enorme manifestação contra a empresa Green Hill, um criadouro multinacional que “fabrica” animais para testes em laboratórios ao redor do mundo.
À luz do dia, donas de casa e ativistas corriam abraçados aos animais
A multidão andou pelas ruas gritando e protestando contra a Green Hill e, quando chegou em frente ao criadouro de cães, simplesmente não parou. As pessoas ignoraram todos os avisos de propriedade privada e continuaram andando, escalando alambrados e cortando os arames farpados.
Aos poucos, filhotes, fêmeas esperando filhotinhos e cães maiores iam passando de mão em mão para uma nova vida, longe dos horrores dos laboratórios de testes. Ativistas e donas de casa corriam abraçados aos animais enquanto a polícia tentava dispersar a multidão.
Resultado
No fim do dia, 12 pessoas estavam presas e mais de 40 beagles estavam a salvo.
Estima-se que existam mais de 2.500 beagles no criadouro da Green Hill, mas esta ação deixou bem claro que a sociedade italiana não vai mais tolerar a presença desta empresa que vive da tortura de animais em suas terras.



Por: Henrique Cruz.

28 de abril de 2012

Bolo de cenoura com cobertura de chocolate.


Massa:
1 cenoura grande (150 ou 200g + ou -)
1 xíc. de água
1 xíc. de óleo
3 xíc. de farinha de trigo
1 ½ xíc. de açúcar
1 colher (sopa) de fermento em pó

Cobertura:
½ caixinha de creme de soja
100g de chocolate amargo (sem leite)*

Bata no liquidificador a cenoura, os líquidos e o açúcar. Acrescente peneirando aos poucos a farinha de trigo, quando a massa estiver homogênea, acrescente o fermento e misture apenas o suficiente para aderir a massa, mexê-lo demais pode reduzir sua eficácia. Unte a assadeira com óleo e farinha de trigo. Asse o bolo por 50 minutos, faça o teste do garfo.

Para a cobertura, pique o chocolate e derreta em banho maria, acrescente o creme de soja. Fure o bolo com um garfo para que a cobertura adentre o bolo.

Dica: Coloque pedacinhos de goiabada espalhados pela massa do bolo antes de assar. Polvilhe coco ralado, granulado, granola, castanha de cajú...

*No supermercado existem diversas marcas de chocolate amargo sem leite e em casas cerealistas é possível encontramos opções com preços mais acessíveis. Não esqueça de verifique a rotulagem!

Por Henrique Cruz.

Índia bane uso de animais vivos em pesquisas em universidades e hospitais


                                                     Foto: Reprodução/Negotiation is over
Por Roberta Oliveira (da Redação – EUA)
O governo da Índia baniu o uso de animais vivos em instituições educacionais e de pesquisa. De acordo com o jornal Times of India, o Ministério do Meio Ambiente e Florestas (MoEF) ordenou faculdades, universidades, institutos de pesquisa, hospitais e laboratórios a pararem com o uso de animais vivos para dissecação e experimentos, e usar alternativas incluindo simulação em computador e modelos de manequim. Apenas aqueles envolvidos em pesquisa molecular ainda não serão afetados pela banição.
O Ministério do Meio Ambiente e Florestas informou que as universidades e outras instituições estão “moralmente obrigadas a usar alternativas para evitar sofrimento ou dor desnecessários a animais”. “Simulação em computador e modelos de manequim são ferramentas de aprendizagem superiores para aprendizagem”.
O Ato Indiano de Prevenção de Crueldade à Animais de 1960 estabeleceu o Comitê para os Propósitos de Controle e Supervisão de Experimentos e Animais (CPCSEA) que contribuiu para as regras da banição. Mangal Jain, nomeado do Comitê Institucional de Éticas Animais, deu os seguintes detalhes:
Experimentos em animais devem ser interrompidos em todas as instituições, exceto para novas pesquisas moleculares. Às vezes, em laboratórios, muito trabalho é repetido, e animais se tornam vítimas desnecessárias. Apenas cientistas pesquisando uma nova teoria moelcular poderá fazer experimento em animais. Em faculdades de medicina e farmácia, há cruedade indesejável à animais que pode ser evitada. As normas mencionam prisão de cinco anos e penas monetárias a quem desrespeitá-las.
Como a declaração acima deixa claro, usar animais em experimentos e para atividades como dissecação é simplesmente “crueldade desnecessária”. Frequentemente, animais se tornam “vítimas desnecesssárias” em tais experimentos. Hoje em dia há tecnologia disponível tais como simulações em computador, portanto dissecar animais vivos – um ritual de passagem para gerações de estudantes de biologia do ensino médio nos Estados Unidos – além de ser um ato cruel e inconcebível numa sociedade ética e compassiva, simplesmente não é necessário.
Andrew Rowan, presidente da Sociedade Humana Internacional, também mencionou:
“A decisão da Índia de mudar sua postura em relação ao uso de animais em pesquisas é um grande passo na direção certa, e o país está no caminho da liderança em substituir animais em experimentos.”
Como a Sociedade Humana Internacional também menciona, “em apenas um ano, 100 milhões de animais são criados, injetados, infectados, abertos, geneticamente alterados, drogados, mortos para pesquisa científica, testes e para fins educativos.”
O jornal Times of India reportou no dia 27 de abril que cientistas estão lutando contra a proibição na Índia.
Por Janaína Camoleze

23 de abril de 2012

Creme de alho poró


1 alho-poró grande picado
2 dentes de alho picado
1 cebola média picada
1/2 xícara de azeite
500g de batatas
4 xícaras de água
200ml de creme de soja
Sal a gosto
Pimenta a gosto
Shoyu a gosto

Em uma frigideira, refogue a cebola e o alho (não é o poró, :P) no azeite. Junte o alho-poró e as batatas e refogue por cerca de 3 minutos. Acrescente a pimenta, o shoyu e o sal. Adicione a água e deixe ferver por cerca de 20 minutos. Retire do fogo e bata no liquidificador. Adicione o creme de soja e bata novamente.

Fonte: http://projetovegan.blogspot.com.br
Por Henrique Cruz.

22 de abril de 2012

Da Servidão Moderna



Para finalizar essa noite de domingo de maneira produtiva recomendamos este pequeno documentário intitulado "Da Escravidão Moderna", de 2007. 

Mais do que ligado ao tema dos Direitos dos Animais, que aparece em parte do filme, ele trata da condição escravizante à que todas as maneiras de vidas estão expostas nos dias de hoje. Numa sociedade que tem por norte três verbos - obedecer, trabalhar e consumir, precisamos fazer um esforço enorme para resgatar o que ainda de existe de humano dentro de nós.

A alienação está presente na mídia, no trabalho, nas escolas, nas famílias e nos jantares. Devemos tentar quebrar esse ciclo que esvazia vidas, sejam elas animais ou humanas, para que possamos buscar viver, não como máquinas e partes de uma engrenagem maior (o próprio mercado), mas como seres feitos de carne e ossos, destinados a sentir e pensar.

Mais do que recomendado!

Por Alex Peguinelli 




21 de abril de 2012

Restos de carne limpos com amônia e vendidos em fast food causam polêmica nos EUA


Três das quatro fábricas norte-americanas de um tipo de carne processada ("lean beef trimmings", ou restos de carne de vaca) devem ser fechadas, após uma onda de críticas iniciada pelo chef britânico Jamie Oliver.

Divulgação
Jamie Oliver fez uma demonstração em seu programa, com plateia, da limpeza da carne com amônia
A onda de críticas colocou em xeque a própria existência do "lean beef trimming" - conhecido popularmente como "pink slime", ou "gosma rosa": Será que a carne vai ser extinta ou simplesmente acabará sendo relançada com um novo nome?
A polêmica começou em 2011, quando Jamie Oliver mostrou, em programa transmitido nos EUA, como era fabricada boa parte dos hambúrgueres do país: com carne processada feita de restos de cortes mais nobres - a qual, em décadas anteriores, seria usada apenas para alimentar cachorro.
Mas, com um processo que, segundo Oliver, inclui a limpeza com amônia, ela se transforma em hambúrgueres que são vendidos em diversas escolas públicas, redes de fast-food e restaurantes americanos.
A limpeza com amônia foi reproduzida por Oliver em seu programa, diante de uma plateia que assistia a tudo com expressão de asco na face.
Em reação, grandes cadeias de supermercado, restaurantes e algumas escolas públicas resolveram proibir a "gosma rosa".
Perda de empregos Mas a consequente perda de 850 postos de trabalho em fábricas de "gosma rosa", num momento em que os EUA lutam contra uma alta taxa de ociosidade, despertou a ira de uma parte da opinião pública americana e protestos contra Oliver.
O chef britânico se tornou o principal alvo das críticas por ter sido ele quem provavelmente mais fez força para colocar a "gosma rosa" em debate nos EUA, ainda que o tema tenha sido tratado também por um programa de TV da conhecida jornalista Diane Sawyer.
O Departamento de Agricultura do país acabou permitindo que escolas removam produtos contendo a "pink slime" de suas cantinas, acatando pedido de um abaixo-assinado online com mais de 200 mil assinaturas.
Para a indústria da carne, foi uma dura lição de relações públicas e transparência na era das mídias sociais. Pode ter sido também o primeiro exemplo de um ingrediente alimentar que foi banido não por conta de algum tipo de contaminação, mas simplesmente porque as pessoas começaram a achá-lo nojento.
Contra-ataque Líderes dessa indústria se revoltaram contra a campanha, e dizem que o produto é usado desde os anos 1990 e que cumpre os padrões exigidos pelas agências reguladoras.
No início desta semana, a indústria contra-atacou, lançando o slogan "Dude, it's beef" ("Cara, isso é carne") e o site beefisbeef.com e também mostrando o governador do Texas (e ex-pré-candidato presidencial), Rick Perry, mastigando um hambúrguer contendo o chamado lean beef trimming (pedaços de carne magra). Também criou o site beefisbeef.com
Mas, para o consultor Gary Martin, a indústria não entendeu o recado. "Quem se importa se (o produto) é 100% carne e se é livre de bactérias, se é algo que achamos nojento?", diz ele.
Outro erro da indústria, na sua opinião, foi não ter criado uma marca para o lean beef trimming, permitindo que o nome depreciativo (gosma rosa) se popularizasse.
Talvez isso não tivesse evitado as críticas da imprensa, mas teria facilitado a contenção da crise, argumenta.
Para EJ Schultz, jornalista especializado em indústria alimentícia, a ira dos consumidores foi fomentada pela falta de transparência do setor.
"As pessoas estão se perguntando: Por que eu não soube disso antes? Por que isso não foi colocado nos rótulos?"
O futuro da "gosma rosa" Segundo Jason Karpf, professor de relações públicas e marketing, diz que as indústrias de carne têm adicionado restos e outros produtos aos hambúrgueres desde os anos 1970, para reduzir seus preços - mas eles terão que encontrar um substituto à "gosma rosa" que "seja capaz de suportar o escrutínio (público)".
Em contrapartida, EJ Schultz ainda acredita que os "lean beef trimmings" ainda podem, se forem devidamente rotulados, se manter como uma alternativa de baixo custo para os amantes de hambúrgueres.
Já a consultora de marcas Denise Lee Yohn opina que, para as empresas envolvidas na crise, a melhor alternativa talvez seja esperar a poeira baixar.
"Se elas esperarem, deixarem o assunto morrer, em cerca de seis meses ninguém vai pensar nisso, e elas poderão voltar com seu produto." 
Por Nathalia Mota

14 de abril de 2012

Feijoada vegana

250g de feijão preto
600g de batata lavada
150g de cenoura
5 dentes de alho amassados (com uma pitada de curry, cebola e sal)
10 folhas de louro
1 maço de cebolinha
1/2 maço de salsinha
5 salsichas vegetais
1/2 Glutadela
1 xícara de proteína texturizada de soja (grande)
200 gramas de tofu defumado
Shoyu
Cominho a gosto (usei 3/4 colher de sopa)
Azeite
Sal a gosto (usei 1 1/2 colher sopa)

Modo de Preparo
Deixe o feijão de molho na água por pelo menos duas horas. Cozinhe o feijão na panela de pressão (45 minutos foi o tempo que ficou pronto aqui). Cozinhe a cenoura cortada em rodelas e a batata cortada em cubos médios. Adicione um pouco de shoyu na soja (todas tem que ficar com um pouco de shoyu). Adicione a soja, a batata, a cenoura e o louro ao feijão. Em uma panela grande, doure a cebola no azeite e acrescente o alho e a glutadela. Quando estiver quase dourando a glutadela, adicione as salsichas e frite mais um pouco até dourá-las. Por último adicione o tofu cortado em cubinhos. Despeje todo o feijão na panela, acrescente o cominho e o sal. Deixe ferver e desligue o fogo. Acrescente a salsinha e a cebolinha, espere por mais uns 10 minutos para apurar o sabor e sirva.


Fonte: http://projetovegan.blogspot.com.br/
Por Henrique Cruz.

8 de abril de 2012

Uma Páscoa Para Todos os Animais



- Ai, que horror! Jogando o peixe, ali, ele está vivo! – disse a esposa, chocada.
- É, mas o espetinho frito tu come… – respondeu o marido, com a mesma emoção de quem informa a hora certa.
Esse diálogo eu ouvi na tradicional Feira do Peixe de Porto Alegre, evento anual que antecede a Páscoa. Multidões acorrem ao local, e muitos mais passam por ali em função de ser instalada no coração do Centro da capital gaúcha, e os ímãs são ativados. Filas se formam para comprar espetinho de filé de peixe frito, tainha assada na taquara, e para ver os tanques com carpas vivas. O cliente pede ‘uma bem grande’, o funcionário apalpa às cegas como se procurasse algo perdido no fundo de uma caixa de gordura, e o produto é levado em uma sacola plástica, ainda se debatendo – prova de que é fresco, mesmo. A farra do peixe.
Quem assiste de fora esse estranho ritual, onde por dias as ruas são tomadas de indígenas – acho que imunes à fiscalização da Secretaria de Indústria e Comércio – vendendo cestos made in China. Abrindo um parênteses, se alguém aí está preocupado realmente com a cultura deles, deveria se mexer para proibir a venda de embalagens plásticas e produtos ‘R$1,99′ que nada têm a ver com artesanato, fecha parênteses. As lojas tornam-se tsunamis de pessoas que, via bullying, escolhem os melhores ovos e coelhos de chocolate. Supostamente há uma motivação religiosa e de jejum nisso tudo, mas não creio que alguma dessas pessoas possa me explicar isso claramente.
Se a intenção é presentear quem se ama, porque esperar uma data específica, quando todos os demais o fazem? ‘Agora é dia de exepressar os sentimentos, pessoal”. E a isso as pessoas chamam de liberdade – enfrentar fila para comprar um ovo doce embalado em papel alumínio, pelo irresistível motivo de que os demais também estão comprando. Nessa hora, ninguém lembra do que viu na televisão sobre Amazônia, aquecimento global, protocolo de Kyoto, ursos polares se equilibrando em blocos de gelo e novo Código Florestal. Azar dos animais que ainda são silvestres, pois seu lar sofre um constante estupro em nome não da fome de criancinhas miseráveis – argumento esse que ronda o remorso dos ingênuos, já devidamente incorporado ao discurso dos aproveitadores de ingênuos – e sim para queimar lenha na fornalha faminta dessa locomotiva chamada consumo. Se as pessoas não compram por iniciativa, toca-se o alarme de ‘Páscoa’, e os lemingues humanos agitam-se até as 23h59min do dia em questão.
De outra sorte, quem é animal não-humano apenas sofre mais um tanto em cada uma dessas datas egoístas, digo, religiosas da humanidade. É peixe que tem que morrer sufocado pois a data pede ‘jejum’, é vaca leiteira no turbo de sua produção escravagista forçada, são os animais de criação sendo levados com mais rapidez para a guilhotina ‘humanitária’, feiras de filhotes desovando brinquedos-que-funcionam-sem-pilhas para as famílias ‘que amam animais’, é o almoço do domingo de Páscoa unindo familiares em torno de um caixão de crematório, acompanhado de arroz e salada.
Uma lágrima escorre.
Mas há quem se permita sair dessas filas, furar o bloqueio, olhar para os lados quando todos acham que marcham para a frente, cuspe fora seja lá o que o sistema tenha lhe colocado na boca, e sugerido a mastigação. Nenhum raio caiu na cabeça desses corajosos, apesar dos olhares tortos dos demais, e dos comentários tortos deixados em textos publicados na Internet.
A ironia mórbida da Páscoa é que a morte de milhões de animais como sacrifício – veja como ainda estamos com parte do cérebro morando nas cavernas – é ricamente ilustrada com imagens de animais felizes, coelhos dentuços sorridentes convidando à compra de afeto – ‘aceitamos todos os cartões’.
Marcio de Almeida Bueno
Para mais textos do autor, acesse aqui.
Por Alex Peguinelli

6 de abril de 2012

Sexta-feira SANTA?


Hoje você não pode comer carne por ser sexta feira santa?
Mas só hoje? O que tem de errado com sua comida? A carne que você come todos os dias não é pura?
Se você comer carne será um desrespeito? Mas desrespeito a quem?
A Deus? A Natureza? A você mesmo? 

E aos milhões de animais que morrem todos os dias para satisfazer o nosso apetite?

Se um dia para ser santo não se pode comer carne...tenha todos os dias santos.
Reveja seus conceitos. Permita-se mudar. O primeiro passo não começa no prato e sim na consciência.

Por Nathalia Mota


5 de abril de 2012

Harvard lança sinal de alerta para a carne vermelha




Alimento de reconhecido valor nutritivo, a carne vermelha é fonte de proteína, ferro e vitaminas. Mas o aumento de seu consumo, possibilitado pelo crescimento da renda e a queda dos preços, desperta a preocupação de especialistas. Um estudo divulgado pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard no início de março mostrou que a ingestão diária do alimento aumenta as chances de morte prematura por câncer e doenças cardiovasculares. Esta não é a primeira vez que a carne entra na berlinda: pesquisas anteriores já relacionaram seu consumo excessivo à maior incidência de diabetes tipo 2, certos tipos de câncer de mama e artrite reumatoide.
A pesquisa de Harvard, que acompanhou 120 mil americanos por mais de 20 anos, revelou que o consumo de uma porção diária de carne processada — salsicha ou bacon, por exemplo — eleva em 20% o risco de morte, enquanto a carne não processada, como um bife, aumenta as chances em 13%. Na direção oposta, o mesmo estudo sugere que a substituição por proteínas mais saudáveis, como grãos integrais, peixes e frangos, pode aumentar consideravelmente a qualidade de vida.
— O problema atual, na população em geral, é que estamos comendo carne demais. Um consumo moderado, num padrão de alimentação equilibrado, à base de vegetais, é bom — destaca uma das autoras da pesquisa, An Pan, em entrevista ao GLOBO.

Gorduras e substâncias cancerígenas são vilões

O Guia Alimentar da População Brasileira, do Ministério da Saúde, recomenda a ingestão de uma porção de carne branca ou vermelha ao dia, o equivalente a cerca de 100g diários. A nutricionista Bia Rique estima que, para um adulto comum, o consumo da carne vermelha uma ou duas vezes por semana seja suficiente.
No estudo de Harvard, a substituição da carne vermelha por uma porção de fonte de proteína saudável foi associada a um menor risco de morte: 7% , no caso do peixe; 14%, no das aves; 10%, no das leguminosas e o leite de baixo teor de gordura, ou seus derivados; e 14%, no dos grãos integrais.
O maior risco de desenvolver doenças crônicas devido ao consumo de carne vermelha estaria associado ao alto teor de colesterol e à gordura saturada de alguns tipos de corte — o que poderia aumentar a ocorrência de males cardiovasculares e diabetes —, às substâncias usadas para conservá-la e ao processo de preparação culinária: ao serem grelhadas, fritas ou assadas, as carnes podem gerar substâncias potencialmente cancerígenas, as aminas heterocíclicas.

Relação com diabetes ainda não está clara

A forma de preparo, inclusive, merece maior atenção, independentemente do tipo proteína animal escolhida. O contato da carne com a grelha é o que forma as aminas heterocíclicas, resíduos escuros que se fixam no local de contato. Uma forma de evitar isso é marinar o alimento, deixando-o de molho no limão, ou cozinhá-lo, indica a nutricionista Aline Carvalho, especialista em carnes da Faculdade de Saúde Pública, da USP.
Diversos estudos mostram que o tipo de câncer mais associado ao exagero no consumo de carne vermelha é o colorretal, que afeta o intestino e também está relacionado a uma dieta pobre em fibras. Os pesquisadores ainda não sabem a que se deve o aumento da incidência de diabetes tipo 2 entre os que exageram no consumo do alimento, mas a doença está relacionada à obesidade, e estudos mostram a relação entre o sobrepeso e a ingestão excessiva de carne.
Um extenso trabalho publicado também por Harvard, em agosto de 2011, indicou que comer carne vermelha processada todos os dias aumenta em até 51% os riscos de sofrer da doença. Carnes não processadas elevam o risco em 19%.
— Esse resultado também pode estar ligado aos hábitos de vida da pessoa — avalia o endocrinologista Ricardo Meirelles. — Quem tem uma dieta mais saudável costuma se exercitar mais. Já a falta de atividade física causa o aumento de gordura corporal, inclusive a abdominal, que está associada à resistência à insulina, primeiro passo para o surgimento do diabetes .
Em 2004, um grupo de pesquisadores britânicos apontou um risco maior de desenvolver artrite reumatoide entre pessoas que tinham uma dieta pobre em frutas e rica em carnes vermelhas. Já em 2006, mulheres americanas na pré-menopausa se revelaram mais propensas a sofrer de alguns tipos de câncer de mama. Os componentes de algumas carnes vermelhas aumentam os níveis de hormônios nestas pacientes, avaliaram os pesquisadores, o que pode favorecer o surgimento de certos tumores.

Fonte: O Globo - Saúde (Julia Câmara) - notícia completa
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/harvard-lanca-sinal-de-alerta-para-carne-vermelha-4459995#ixzz1rE2tUBD7