27 de setembro de 2011

Humanidade e servidão: uma história de amor




“Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. (…). É difícil, portanto, para um homem em particular desvencilhar-se da menoridade que para ele se tornou quase uma natureza. Chegou mesmo a criar amor a ela, porque nunca o deixaram fazer a tentativa de assim proceder. Preceitos e fórmulas, estes instrumentos mecânicos do uso racional, ou antes do abuso, de seus dons naturais, são os grilhões de uma perpétua menoridade. (…). Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade.”
Immanuel Kant
Razão servil
O ser humano intitula-se “racional”, e desse modo pretende diferenciar-se dos demais animais. Não obstante, em toda a sua história, em todos os tempos, todas as civilizações, esses mesmos humanos têm perseguido, ininterruptamente, algo ou alguém que os livre da penosa tarefa de pensar. E, uma vez que o encontram, dificilmente abrem mão dessa “liberdade”. Tornam-se até dispostos a matar e morrer por ela.
Aqueles que assim procedem tornam-se servos. Adicionalmente, alguns imbuem-se diretamente de uma missão apocalíptica e tornam-se profetas. Mas ainda assim, servos, submissos a uma razão servil, pois renunciaram à autonomia crítica. A maioria dos servos simplesmente se contenta em obedecer às ordens dos profetas. Podem, porém, eventualmente, converter-se em soldados.
A razão servil nos conforta diante dos infortúnios da vida, dos eventos trágicos e inesperados, do sofrimento alheio, das injustiças do mundo, da violência, sobretudo nas suas formas mais abjetas. Tudo passa a ser parte de um grande plano: de Deus, dos donos secretos do mundo, do equilíbrio dos mercados, dos comunistas, dos judeus, dos alienígenas, dos reptilianos bebedores de sangue ou da marcha inevitável para o progresso e a redenção da humanidade. Basta sentar e relaxar. Ou participar alegremente.
Não admira, então, que muitos seres humanos têm um verdadeiro caso de amor com esta que é a pior forma de servidão: a que aprisiona a mente. Passam a vida inteira pulando de uma crendice para outra, secular ou espiritual, se apegando àquela que melhor se adapta à sua fuga da realidade, contra toda forma de questionamento e como forma de justificar suas próprias fraquezas.
Lavagem cerebral
A lavagem cerebral é uma expressão coloquial para o processo de renúncia à razão crítica. Não é uma imposição, pelo menos não para os humanos adultos, mas uma escolha. Aquele que por ela passa está disponível para tal procedimento. Por meio dela, o indivíduo humano abre mão de todos os traços de pensamento autônomo, adere a toda sorte de crendice que, na sua mente, dê significado e sentido “maior” à sua vida, ou ao menos conforma-se com um determinado estado de coisas, porque é mais cômodo ou “sempre foi assim”. E assim nascem as religiões, seitas, determinados movimentos sociopolíticos e, claro, a autoridade.
Sofrer lavagem cerebral não é privilégio dos estúpidos e ignorantes. Muitas pessoas inteligentes e eruditas passam pelo mesmo processo. Em vez da reflexão crítica, seu conhecimento é usado para torcer e distorcer a realidade, de modo a enquadrá-la na sua visão de mundo. São os que escolhem a certeza à verdade. Ou à ética.
Embora as cosmologias mágicas, ideologias milenaristas e teorias da conspiração sejam o terreno mais fértil para a lavagem cerebral, aqueles atrás dela podem encontrá-la indiscriminadamente em qualquer filosofia que capture sua imaginação. É o caso, por exemplo, daqueles que veem O Capital,de Karl Marx, ou A Riqueza das Nações, de Adam Smith, e Dois Tratados sobre o Governo, de John Locke, como os cristãos veem a Bíblia. Note-se que “ver” é diferente de “ler”. Muitos marxistas e liberais dogmáticos nunca leram essas obras, ou não leram na íntegra. Assim como muitos cristãos nunca leram a Bíblia. De fato, antigamente, os católicos eram expressamente proibidos de lê-la.
Claro, não ler pode até facilitar o processo. É mais fácil ser um seguidor de um texto sagrado quando não se sabe que este advoga a escravidão, ou o extermínio, ou o sexismo. Ou tudo isso e muito mais. Mas quem leu, sem o exercício da crítica, toma o que lá está escrito como mandamentos gravados em pedra. O autor é seu profeta. Pode ainda recorrer aos herdeiros do profeta para justificar, “contextualizar”, ou obedecer seletivamente aos seus preceitos. Ou tornar-se ele mesmo um desses herdeiros. É este o papel dos pastores, pseudointelectuais e líderes políticos.
É bom desconfiar de toda filosofia ou ideologia que adota um profeta já no seu próprio nome. Talvez seja mais adequado classificá-las de teologias. Tipos possíveis: cartesiana, kantiana, marxista, leninista, darwinista, freudiana ou lacaniana. E, claro, cristã, budista, confucionista ou kardecista. Melhor manter distância. Quase todo pensador tem algo importante a nos dizer. E também diversos equívocos, frutos de preconceito, ignorância ou erros de julgamento, das suas limitações pessoais ou daquelas de seu tempo. Definir-se como discípulo entrega a carência de consciência crítica.
A autonomia crítica implica assumir deveres e responsabilidades. Implica não ser escravo, nem das próprias paixões, e ter a honestidade para reconhecer os próprios erros e corrigi-los. Implica não fugir da luta, mas também fazê-lo de forma justa e coerente. Implica, enfim, um compromisso ético. Uma causa que não se atenha aos princípios éticos mais básicos não pode, ela mesma, ser justa e coerente, e não é condizente com a autonomia crítica.
Especismo
O especismo obedece ao mesmo mecanismo. Há aqueles que fogem desesperadamente da verdade, para não se sentirem obrigados a rever seus hábitos e conceitos. São os que dizem, por exemplo: “não quero nem ver [ou ler, ou ouvir] isso [um filme, livro, relato], senão vou me tornar vegetariano [vegano]”. Quando não conseguem escapar de um filme, livro ou relato, eles correm atrás das justificativas.
Eles podem dizer que, afinal, os animais não sentem dor, não são racionais. Quando você prova a um especista que os animais têm sentimentos, ideias, dor e prazer, o que ele responde? Ele pode dar de ombros e dizer que os animais foram feitos para nos servir; que a natureza é assim; que as vacas fariam o mesmo conosco; que os animais são bem tratados e não se importam que os exploremos e matemos, contanto que seja sem dor; ou que simplesmente ele não consegue ou não quer parar de explorar animais.
O especista mais inteligente busca teorias das mais disparatadas em que se apoiar. Ele pode dizer que “animais não têm direitos porque não têm deveres”. Quando você demonstra que essa tese contratualista é um convite ao infanticídio, genocídio, eugenia e outras práticas “nobres”, o que ele faz? Ele cria a teoria dos “deveres indiretos”. Quando você prova que a tese dos deveres indiretos nos acena à “higiene social”, eliminando todos aqueles indesejados da sociedade, ele corre para a barricada da tese comunitária: “nós protegemos todos aqueles que fazem parte da nossa comunidade”. Ou que respeitamos os outros pelo medo mútuo de uma “guerra de todos contra todos”. Demonstrado que tanto o direito quanto a ética provam o contrário, eles alegam que, bem, afinal de contas, isso se dá só porque somos todos humanos.
Assim, sem perceber, o especista passeia por teorias que se contradizem, ou circulam em torno de si mesmas, sem jamais resolver o impasse. Não importa. Contanto que suas certezas e conveniências continuem intactas. As conclusões já estão dadas – o argumento não importa. Essa é a razão servil: aquela que foge do esclarecimento, como dizia Kant, e prefere continuar na menoridade – o estágio em que a razão autônoma e crítica não é acessada.
Veganismo
Contra a razão servil, o veganismo nos convida ao exercício da autonomia crítica, do questionamento das verdades preestabelecidas, da recusa em aceitar a violência e injustiça como naturais e inevitáveis. É um processo de emancipação, de inconformidade, de abandono das fórmulas e preceitos da racionalidade vulgar e mecânica. Não admira, então, que a prática do veganismo leve muitos de seus adeptos a ampliar seus horizontes, a rejeitar e desafiar todas as formas de opressão, opondo-lhe um modo de vida pautado na ética, na justiça e no respeito.
Já vejo os espertinhos, queixosos e especistas em geral preparando-se para o bote. Antecipo-me: o veganismo não está livre da razão servil. Como anteriormente dito, os servos podem encontrar abrigo nas mais variadas filosofias e ideologias. Uns como seguidores, outros como profetas. E, dentre os veganos, eles podem optar por diferentes facções e mentores.
E o que é, então, um vegano crítico? Ele não recorre a lugares comuns, não usa de conceitos que sequer consegue fundamentar, nem adota teses fascistoides e misantrópicas. Ele entende que o veganismo não é uma resposta definitiva para todos os problemas do mundo, mas um método de questionamento, voltado para a noção de justiça em geral e os direitos animais em particular. Entende, ainda, que existem diferentes meios de alcançar estes fins, contanto que ambos sejam coerentes entre si.
O indivíduo crítico não se furta à autocrítica, e sabe que “crítica” e “relativismo” não se confundem, como acontece no pensamento pós-moderno. A crítica da realidade não tem por propósito imobilizar o sujeito, mas precisamente o contrário: libertá-lo da servidão, da menoridade. O vegano crítico entende que a exploração não é uma opção pessoal. Que a escravidão animal não é aceitável da mesma forma que a escravidão humana não o é. Que tudo que viola a dignidade inerente de um indivíduo é errado em si mesmo.
O veganismo crítico nos leva ao abolicionismo e aos direitos animais. Esta não é uma filosofia pronta e acabada, mas o veganismo é o primeiro e indispensável passo para sua consecução.
Epígrafe: KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? In: ________. Textos Seletos. Vozes: Petrópolis, 2005.
Fonte  - Por Bruno Muller
Por Nathalia Mota

25 de setembro de 2011

A cadelinha Luna precisa de sua ajuda!


Há alguns dias, falamos de uma cachorrinha que foi encontrada vagando pelas ruas do bairro Santa Cecília, em Assis.
Agora, ela se chama Luna. E, infelizmente, foi diagnosticada com PARVOVIROSE: 

"A doença é causada por um vírus de tamanho extremamente pequeno, classificado entre outros que atacam ratos, porcos, gado bovino e o homem, além de outros animais; No homem, a Parvovirose aparentemente combina com outros adenovirus, causando infecções do trato respiratório superior e dos olhos, nestes últimos causando uma conjuntivite. Devido tal circunstância, pode a doença ser classificada como Zoonose, por ser comum ao homem e ao cão." (Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/artigo72.htm

Para que a Luna tenha uma chance de viver e realize o tratamento, precisamos de AJUDA financeira, em qualquer quantia. Entre em contato: animaisassis@gmail.com, ou acesse o nosso perfil no Orkut/ Facebook. 

Esta é a Luna

Fonte: http://animaisdeassis.blogspot.com/
Por Henrique Cruz.

Brasil adere à luta contra sacrifício de animais em pesquisas científicas


O Brasil finalmente vai ganhar um laboratório destinado a evitar o sacrifício de animais nas pesquisas científicas. Hoje já existem várias técnicas que evitam o sacrifício a cada teste de uma molécula ou de um candidato a medicamento.
Se o estágio atual da tecnologia ainda não eliminou totalmente os testes com animais, isto se deve em grande parte à falta de interesse de muitos cientistas em encontrar alternativas, uma vez que sacrificar e torturar um animal é muito mais cômodo e rápido.
Alternativa ética
É claro que vários grupos de pesquisadores já se dedicam ao tema, sendo eles os grandes responsáveis pelo desenvolvimento das novas técnicas já disponíveis.
Mas esses cientistas mais éticos nunca tiveram seus esforços totalmente recompensados pela falta de apoio para que os testes alternativos fossem validados e aceitos.
O novo Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) é o primeiro esforço coordenado feito no Brasil com essa finalidade.
O Bracvam vai se dedicar inteiramente ao desenvolvimento de métodos alternativos para a validação de pesquisas que não utilizem animais na fase de testes.
O Centro será instalado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), com a colaboração da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“De maneira organizada, vamos trabalhar os dados e organizar grupos de pesquisas para que novas metodologias sejam fomentadas e passem a ser métodos oficiais,” afirmou Isabela Delgado, pesquisadora do INCQS.
Ciência sem sacrifício de animais
Vários países já proíbem não apenas o sacrifício dos animais, mas também a produção e a importação de produtos desenvolvidos com testes em cobaias.
Ao lado da questão ética do sofrimento das cobaias, as pesquisas que utilizam animais são vistas como menos refinadas do ponto de vista técnico científico.
Já se sabe, por exemplo, que os experimentos com animais não levam em conta aspectos caracteristicamente humanos das doenças, como os componentes cognitivos e emocionais envolvidos.
Há poucos dias, uma equipe demonstrou que os camundongos utilizados nas pesquisas sobre doenças do coração não representam um modelo adequado para as doenças cardíacas humanas – o que funciona no coração do camundongo não funciona no coração humano.
Ao lado disso, já há uma grande preocupação dentro da própria comunidade científica sobre a possibilidade da criação de quimeras, criaturas híbridas humano-animais.
“Buscamos mais avanço técnico, resultados mais confiáveis, menos susceptíveis a erros, de menor custo e de mais fácil difusão em outros países,” disse Isabella. “Encontramos 14 pesquisas de métodos alternativos no país e nossa ideia é reunirmos essa capacitação, pesquisarmos juntos.”
Validação de métodos alternativos
Segundo Eduardo Leal, também do INCQS, universidades públicas brasileiras e centros de produção de vacinas, como o Instituto Butantan e o Adolph Lutz, têm estudos para validação de métodos alternativos.
Mas, segundo ele, a participação da Anvisa é crucial para que essas novas metodologias sejam validadas e aceitas na regulamentação dos produtos.
A União Europeia proíbe desde 2004 a utilização de cobaias em linhas de desenvolvimento de artigos direcionados ao mercado da beleza.
Preocupados com essa tendência, algumas indústrias no Brasil também têm investido para abolir teste com animais na produção de cosméticos.
Com informações do Diário da Saúde
Por Alex Peguinelli

24 de setembro de 2011

Pudim de pão

Ingredientes da Calda
1/2 xícara (250ml) de açúcar

Ingredientes do Pudim
1 litro de leite de soja
5 colheres (sopa) de açúcar (eu sempre coloco mais)
4 pães franceses
1 colher (chá) de essência de baunilha
1 colher (chá) canela em pó


Modo de preparo
Coloque o açúcar da calda em uma fôrma de 23cm de diâmetro com um buraco no meio e leve ao fogo baixo até derreter. Reserve. Bata todos os ingredientes do pudim no liquidificador e despeje a mistura na fôrma caramelada. Cubra com papel alumínio e leve ao forno à 180° dentro de uma fôrma maior com água por mais ou menos 1h30min. Espere esfriar para desenformar senão ele quebra. Coma gelado.

*Receita retirada do Junk Vegan Food


Fonte: projetovegan.blogspot.com
Por Henrique Cruz.


23 de setembro de 2011

Rodeio, a crueldade revelada


Por V.I.D.A (Veículo de Intervenção pelo Direito Animal)
Resposta ao artigo “A polêmica dos rodeios”, escrita pelo senhor Emílio Carlos "Kaká" dos Santos e publicado pelo respeitável site Guia Assis.


Nós, membros do Coletivo V.I.D.A. (Veículo de Intervenção pelo Direito Animal), utilizamo-nos deste espaço para demonstrar profunda repugnância ao ler o artigo acima citado. Acreditamos em liberdade de expressão, mas nos causa aversão ver pessoas que se rebaixam para defender um ponto de vista, a ponto de publicar mentiras e distorções da realidade.
O primeiro ponto colocado já demonstra um total desrespeito para com os animais e seus direitos:Toda atividade esportiva e mesmo situações do dia a dia, na lida das fazendas, que envolva animais há risco de  ocorrer acidentes. Pois bem, gostaríamos saber em qual momento o animal aceitou correr risco de sofrer acidentes e até perder sua a vida (como houve recentemente em Barretos) para simplesmente fazer parte de um evento covarde, que mesmo carregando a bandeira da diversão, não passa de um ato de crueldade. Além disso, esse falso esporte não está nas raízes brasileiras, como afirmam seus organizadores. Trata-se de uma violência adotada e copiada dos Estados Unidos.
Gostaríamos de apontar, senhor “Kaká”, que a espora e o choque elétrico estão bem presentes, e se o senhor estivesse com os “ecochatos” fiscalizando de fato os rodeios de Assis e Tarumã, teria os visto. Esses apetrechos foram alguns dos responsáveis pelos quase 200 mil que estas cidades irão ter que retirar dos cofres públicos por maus tratos a animais nos rodeios em 2010. Aliás, há dois instrumentos bem as vistas de todos que são responsáveis por grande parte da tortura nestes eventos: o sedém e a peiteira. Apesar de haver estudos produzidos pela UNESP que afirmam que eles sejam inofensivos, como vamos confiar em um estudo produzido por uma instituição que organizava rodeios? Vamos aproveitar e apontar outro absurdo que deve ser desmentido: “Por outro lado, entidades protetoras de animais, dizem que tem um laudo da USP, mas nunca o apresentou.” O estudo referido é o “Parecer técnico sobre a potencialidade lesiva de sedém, peiteiras, sinos, choques elétricos e mecânicos e esporas em cavalos e bois”, produzido pela Profa. Dra. Júlia Maria Matera, presidente da comissão de ética da USP. É necessário informar que este estudo foi amplamente divulgado pelos membros do V.I.D.A. e demais cidadãos, e foi entregue em mãos para muitas autoridades locais ligadas ao meio ambiente e, inclusive, aos nossos vereadores. O parecer técnico apresenta um estudo coerente e verdadeiro (por não vir de pessoas simpatizantes do rodeio) e, depois de explicações bem claras, faz a seguinte afirmação:
“Pelo exposto, não há como negar, do ponto de vista técnico/científico, que a utilização do sedém, peiteira, sinos, choques elétricos ou mecânicos e esporas em cavalos e bois causa-lhes sofrimento físico e mental.”
Para finalizar, gostaríamos de comentar outra afirmação utilizada com a intenção de ridicularizar os defensores dos animais: ”E os argumentos dos vegetarianos veganos? São contra a criação de bovinos, suínos e aves. E as pessoas que estão humanizando os animais?” Nós veganos, não consumimos nada que seja fruto da exploração animal, e é por isso que também boicotamos falsos espetáculos que causam sua tortura: circos, rodeios, etc. Isso passa de longe de ser uma humanização de animais; é exatamente o oposto disso, já que acreditamos que os animais têm o direito de viver de maneira íntegra e digna, sem a interferência destrutiva dos seres humanos. É por isso que os animais que estão sob a guarda das pessoas que realmente entendem seus direitos e respeitam sua natureza não fazem chapinha nem não comem chocolate.
Esperamos realmente que sua “profecia” se realize, senhor “Kaká”: “não vai demorar muito para o rodeio acabar em nosso país.” Talvez essa proibição não venha tão depressa, já que os exploradores não vão desistir tão facilmente de seu lucro pessoal. Anima-nos o fato de que várias cidades evoluídas em nosso país já proibiram essa atrocidade, como é o caso de nossa vizinha Marília. Além disso, várias ações federais estão surgindo nesse sentido. Isso tudo graças aos milhões de protetores dos animais, que dedicam seu tempo para tentar garantir uma vida digna para esses seres tão inofensivos.
Para saber mais sobre a violência dos rodeios, acesse www.coletivovida.blogspot.com e assista nosso vídeo no Youtube: “Rodeio, a crueldade revelada.” Se desejar mais informações, contate-nos:coletivovida@hotmail.com

A polêmica dos rodeios

 NOTA DO V.I.D.A.: Este artigo foi publicado em Assis como tentativa de mostrar o rODEIO como uma prática saudável, onde nenhum animal sai ferido. O texto mostra uma lamentável distorção da realidade. 

Por Emílio Carlos "Kaká" dos Santos

Em 25 anos da Prova do Bulldog no Rodeio de Barretos - cerca de 5.000 apresentações - esse ano aconteceu lamentavelmente um acidente com um garrote de aproximadamente 270 Kg que pelas primeiras  informações foi um equívoco do competidor. Antes de condená-lo penso que tenha todo o direito de se defender. Esse fato "acendeu" a fúria das entidades que se dizem protetora dos animais, gerando as mais diversas reações. Foram postadas nas redes sociais imagens da Prova do Laço ao Bezerro - há vários anos não é realizada em Barretos - de eventos realizados nos Estados Unidos.Toda atividade esportiva e mesmo situações do dia a dia, na lida das fazendas, que envolva animais há risco de  ocorrer acidentes. Isso precisa ficar bem claro. No Rodeio, Polo, Hipismo, Turfe, Doma, Treinamento no Exército, Cavalaria da Polícia Militar, Provas de Marchas, Equoterapia, etc. Talvez o rodeio seja o que apresenta menor índice.O que me assusta são as inverdades, argumentos usados por vários pseudo-ambientalistas, também chamados por alguns de "ecochatos" (não podemos generalizar, há muita gente boa sendo "engabelada" por falsas informações) como por exemplo: uso de cacos de vidro no ânus, pimenta e espora nos olhos,  choques elétricos, etc. Caso acontença isso, eu também sou contra. Nunca me apontararm os rodeios que usam esses artíficios. 

Existe uma publicação da Unesp na revista cientifica do Conselho Estadual de Medicina Veterinária, Volume 3, Fascículo 2, 2000, demonstrando que o sedém não tem nenhuma relação com dor que alguns afirmam ser "fajuto", que os veterinários-professores trabalharam em causa própria. Entendi o recado: quem usa esse argumento, fica claro que caso estivesse nessa situação, fraudaria em proveito próprio. As pessoas medem as outras com a régua que tem. Esse mesmo trabalho ao ser analisado pelo Poder Judiciário de Jaboticabal teve a seguinte sentençal:  “o trabalho foi desenvolvido por profissionais competentes e é de grande importância para a discussão cientifica, do tema, nos meios acadêmicos”. Por outro lado, entidades protetoras de animais, dizem que tem um laudo da USP mas nunca o apresentou. O que se tem conhecimento é de um oficio assinado pela professora Irvênia Prada, cujo conteúdo se resume a uma única frase, contrariando os resultados do trabalho citado, porém, sem qualquer experimentação que justifique a denominação de laudo.  

A atividade rodeio é disciplinada por leis Federal, Estadual e em alguns casos por Municipal e muita gente não sabe. Talvez por ser um esporte popular, o rodeio tem "apanhado" tanto, principalmente pela mídia desinformada e até certo ponto irresponsável, na busca pela audiência, praticando o sensacionalismo leviano. E os argumentos dos vegetarianos veganos? São contra a criação de bovinos, suínos e aves. E as pessoas que estão humanizando os animais? Outro dia, no programa "Mais Você", apresentado por Ana Maria Braga, na Rede Globo, a reportagem abordou o tema mostando a dona de um cachorro que fez "chapinha" no pelo de um cachorro, queimando-o e outro caso de servir chocolate - um veneno - para o cãozinho. Antropomorfismo e/ou Esquizofrenia Moral.Como em tudo na vida precisamos aprender a analisar a relação custo x benefício, usar o bom senso. A continuar essas reações emocionais, sem "ouvir" o outro lado, procurar se informar, não vai demorar muito para acabar até com  a indústria do cavalo que gera mais postos de trabalho que a automobílistica. Talvez isso, se deva ao fato de atualmente 83,9% das pessoas em nosso país morar na cidade, os chamados caipiras da capital que pensam que vaca tem 2 peitos e usa sutiã. Será que sabem que o leite passa por um processo biológico ou basta apertar um botão - como máquina de refrigerante!
Para encerrar, vai um recado: se o mundo do rodeio não se unir, não vai demorar muito para o rodeio acabar em nosso país. Capivara fora do bando é comida de onça!!!  
Por Coletivo V.I.D.A.

Barretos está se tornando uma marca indesejável

Euripedes Kuhl
euripedes.kuhl@terra.com.br
Vale a pena ler e divulgar. Empresários tomem cuidado ao patrocinar eventos que envolvem maus-tratos aos Animais.
por Guilherme Armando Contrucci
Sou professor titular da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), do Senac SP e de duas grandes universidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de ter um programa de televisão na UOL, e também participo do Conselho Deliberativo do Clube Ipê de São Paulo, Greenpeace e sou também palestrante empresarial.
Há muito tempo percebe-se que aversão aos rodeios no Brasil cresce muito mais rápido que os admiradores do evento, mesmo levando-se em consideração o crescimento orgânico desses espetáculos e sua exposição na mídia em geral.
Mas, ao contrário do que se prega na publicidade e no marketing comercial do produto, a imagem da marca está cada vez mais se consolidando como “lugar onde se reúnem pessoas alegres, celebridades de baixo nível (as garotas e garotos de programa da televisão) e apologistas da tortura animal”. Este dado não é minha opinião pessoal.
Em recente pesquisa feita com cerca de 450 alunos das classes B, C e D moradores na grande São Paulo, idades variando de 20 a 34 anos, trabalhadores da indústria formal, identificou-se que a marca Barretos é sinônimo de diversão e crueldade animal.
Dos 450 entrevistados, cerca de 83% responderam que participariam dos eventos se não houvesse o show dos peões e animais, 55% responderam que as cidades promovem rodeios por questões financeiras e não culturais.
Na pesquisa , Barretos foi considerada uma cidade sem “estímulo para visitação” por conta da crueldade contra os animais.
Alguns artistas que participaram dos eventos no passado, tendo em vista o comprometimento de suas imagens com o espetáculo cruel contra os animais, não aceitaram mais participar dos mesmos. Os nomes desses artistas não serão divulgados aqui, mas há dois casos notórios que tornaram-se cases de marketing, e encontram-se nas páginas pessoais desses cantores.
Num deles, a artista pediu desculpas num show que realizou em 2010, para cerca de 10.000 fãs, por ter participado e cantado num evento de rodeio.
Outro dado importante refere-se à campanha que dois clubes esportivos estão promovendo em São Paulo capital, desde 2009, para proibir a entrada de marcas que patrocinam os rodeios. Um dos clubes tem meu nome no conselho deliberativo, e aprovou semana passada uma proposta para o concessionário de alimentação barrar as bebidas dessa marca que patrocina o rodeio de Barretos.
Nas aulas e palestras em universidades que tenho a oportunidade de participar o tema “proteção animal” já é recorrente nos trabalhos de conclusão de curso e monografias. A Uninove apresentou no ano passado um seminário sobre touradas, cultura e conflitos sociais, e o tema rodeio foi amplamente debatido, cuja conclusão final foi a aversão por tais espetáculos. Espero ter contribuido de alguma forma.
Por Janaína Camoleze

21 de setembro de 2011

O Pássaro Cativo - Olavo Bilac




Armas, num galho de árvore, o alçapão;
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.

Dás-lhe então, por esplêndida morada,
             A gaiola dourada;
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo:
Porque é que, tendo tudo, há de ficar
             O passarinho mudo,
Arrepiado e triste, sem cantar?

É que, crença, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
             Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:

             “Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
             Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
             Tenho frutos e flores,
             Sem precisar de ti!
Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...
Prefiro o ninho humilde, construído
De folhas secas, plácido, e escondido
Entre os galhos das árvores amigas ...
             Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pompas do arrebol!
             Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade ...
             Quero voar! voar! ... “

Estas cousas o pássaro diria,
             Se pudesse falar.
E a tua alma, criança, tremeria,
             Vendo tanta aflição:
E a tua mão tremendo, lhe abriria
             A porta da prisão...

                                                         Olavo Bilac
Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ


Por Henrique Cruz. 

18 de setembro de 2011

Tendência: Mais cidades proibindo rodeios com maus-tratos aos animais

GUARAREMA


A Promotoria de Guararema, na Região Metropolitana de São Paulo, obteve, nesta sexta-feira, 16, decisão que proíbe o uso de objetos que causam maus tratos nos animais em rodeios, nas festas “Guararema Fest Show” e “Rodeio do Bairro Parateí”.
A ação civil pública foi proposta pelo promotor Fábio Brambilla, no último dia 6, e aceita pela juíza Vanessa Christie Enande, no dia 8. A Prefeitura recorreu, em segunda instância ao Tribunal de Justiça, mas ontem o desembargador Renato Nalini indeferiu o pedido da Prefeitura e manteve a liminar obtida pelo MP em primeiro grau.
De acordo com a ação civil pública (ACP), os animais que participam dos rodeios nas festas de Guararema sofrem maus tratos. O não cumprimento da liminar acarreta multa de R$ 50 mil por dia de evento irregular.
PAULÍNIA
A Promotoria de Paulínia, no interior paulista, também obteve, na última quarta-feira, 14, liminar suspendendo uso de objetos que possam machucar animais nos rodeios da festa “Paulínia Arena Music 2011″.
A liminar, concedida pela juíza Maria Raquel Campos Pinto Tilkian Neves, proíbe “utilização de instrumentos provocadores de maus tratos contra animais, tais como sedéns de qualquer espécie, natureza e material, esporas de qualquer tipo, corda americana, choques, peiteiras, barrigueiras, sinos, laços e outros que causem maus tratos nos animais”. A medida serve também para as festas similares que ocorrerem futuramente na cidade.
O não cumprimento da liminar acarreta multa de R$ 100 mil, por dia.
Por Alex Peguinelli