26 de julho de 2012

O rodeio como um todo: do show as práticas de tortura

     A todo o momento nos confrontamos com uma decisão de afirmarmos nossos valores, valores que envolvem e nos trazem o indício de quem somos. O que somos e o que temos para oferecer não é um problema exclusivamente nosso, como muitos pensam, mas pelo contrário, a partir do momento em que vivemos em sociedade nossa forma de agir e, portanto, de ser, influencia diretamente a vida dos outros, sejam elas pessoas ou animais. Simples escolhas determinam uma reação em cadeia que interferem direta e indiretamente na vida dos outros, para o bem e para o mal, para a paz e para o martírio. Mas aonde uma simples escolha de ir ao rodeio se encaixa nisso tudo?

     Vejamos, todo rodeio existe por apresentar uma atividade extremamente rentável a quem organiza, a quem patrocina e que, portanto, investe neste evento. O rodeio como um evento não é uma novidade a ninguém. Todos sabem no que consiste tal prática, como uma competição "esportiva" na qual uma pessoa (o peão) deve permanecer um maior período de tempo possível em cima de um animal (normalmente boi ou cavalo) a pular incessantemente. O que muitos não sabem é o que fazem para o animal pular e correr desta maneira, ele não faz porque há alguém montado em suas costas, faz por sentir dor, por está estressado, por ser torturado. A partir disso, retiramos a ótica do rodeio como prática esportiva e analisamos como um evento de tortura, onde os torturados são os animais que não tem voz, nem conseguem fazer denúncias ou reclamarem por seus direitos.

     Precisamos compreender o rodeio como uma prática de tortura, mas só isto não é o suficiente. Há nos rodeios de hoje em dia, inclusive nos que ocorreram e nos que irão ocorrer ainda nesse ano, a prática de aliar o evento da tortura (aqui já mencionado) com um show musical. O show musical normalmente recheado de cantores famosos com grande repercussão nacional, onde são lançados de formas bombásticas pela mídia, alcançando o sucesso e a fama, e, conseqüentemente, a idolatria de uma parcela grande da população, fazem um show no rodeio e atraem maciçamente as pessoas para o evento.

     Muitas pessoas não gostam do rodeio como a prática “esportiva” em que tortura os animais, mas vão simples e exclusivamente por causa dos shows, do cantor ou cantora na qual os tem como ídolos. É importante ressaltar que a prática de tortura não está em momento algum desassociada do evento musical, os dois se coligiram para um mesmo ponto, formando um todo. Ir ao rodeio significa, sejam elas quais forem as intenções, aceitar e comungar com a idéia de estar financiando o evento como um todo, tanto o show musical como a prática “esportiva” de tortura aos animais. Isso nos abre a mente, e abrir a mente significa nos desprendermos de um mundo pequeno e ultrapassado, para enxergarmos o que realmente acontece, um evento que se apropria de um show musical para atrair pessoas e repercussões, portanto patrocínios e investimentos financeiros, no qual possibilitam a manutenção de um evento “esportivo” dito “cultural”, na qual os que são sempre prejudicados e os que sempre sofrem são os animais.

     Devemos nos fazer a seguinte pergunta: Vale a pena ir ao rodeio para ver um show de algum cantor(a) e assim financiar a continuidade da tortura aos animais? Reafirmo a questão dos valores como no princípio do texto reintegrando a frase que escrevi na qual abri meu pensamento: “A todo o momento nos confrontamos com uma decisão de afirmarmos nossos valores, valores que envolvem e nos trazem o indício de quem somos.” O valor de ser humano implica em nos sentirmos superiores ao ponto de acharmos que nossos desejos e vontades devem ser realizados independentemente se algum animal irá sofrer por isso? Os animais devem deter o direito de viverem em paz, sem passarem por tortura, maus-tratos, martírios, na qual nós seres humanos nunca desejaríamos passar? Gostaríamos de passar pelo que eles passam? As respostas vêm segundo os valores de cada um.

                                                                                                (Seja humano, não vá ao rodeio)
   

Por Piracicaba contra rodeio – escrito pelo ativista Guilherme.


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Por Nathalia Mota


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