20 de setembro de 2010

Educação para a conscientização e a mudança

No congresso em Porto Alegre, professor Leon Denis fala sobre como tratar da questão vegetariana com os jovens

Danielle Sibonis/EcoAgência    
Leon Denis é membro fundador da Sociedade Vegana

A justiça é defendida, tradicionalmente, como o respeito entre iguais, mas na prática, ela acontece apenas entre os seres humanos. “Especismo como tema transversal” foi o tema do professor de filosofia de escolas estaduais de São Paulo e membro fundador da Sociedade Vegana, Leon Denis.

 Numa sociedade em que os animais têm valores relativos, sendo eles, meios para o fim econômico humano, o professor falou sobre a sua tentativa de apresentar aos seus alunos conteúdos que busquem sua autonomia moral.  

“Alguns alunos se interessam e levam um choque ao perceber algo tão evidente quanto a exploração animal e começam a mudar, e têm os alunos que se afastam porque mexe com o dia a dia dele, porque tudo que ele consome envolve os animais e o meio ambiente”.
 
“O diferente é você mostrar que o meio ambiente não é simplesmente um recurso para os seres humanos, e que os animais não são produtos. Cada organismo vivo tem valor inerente e busca manter sua vida”.
 
Para Leon, é compreensível a dificuldade que algumas pessoas têm para aprender, por estar num mundo em que todo tipo de exploração é naturalizado. Os animais e o meio ambiente são tidos como recursos, coisas, então, passa por natural a exploração, não se questiona nada.

 O professor defende a necessidade de se repensar conceitos como justiça e igualdade, para buscar desenvolver uma justiça ampla e não apenas para o homem. Para a sociedade realmente ser justa deve englobar os outros seres, senão os humanos se reduzem ao egoísmo, aniquilando a vida das outras espécies.

 Ele destaca que é necessária a (in) formação para respeitar os não-iguais e não agir em interesse pessoal apenas. Para preparar seus alunos para a cidadania, Leon Denis defende a necessidade de mostrar as contradições de nossa sociedade, preparar para ser mais crítico, questionando a si mesmo, a escola, a sociedade, o professor que está falando com ele.

‘Para preparar para a autonomia tem se repensar a sociedade e não repetir frases que se repetem a séculos. Não podemos seguir com a reprodução de modelos éticos discriminatórios”.
 
Fonte  (Danielle Sibonis)
Por Nathália Mota

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