9 de abril de 2011

Exemplo de ativismo: Cerca de 2 mil pessoas participaram da marcha em Lisboa por uma nova lei de proteção dos animais.

Centenas de pessoas desfilaram hoje em Lisboa, em defesa de uma proposta legislativa que contempla, por exemplo, a inclusão das despesas de alimentação e de saúde dos animais de companhia no IRS e a criminalização do abandono de animais.
Centenas desfilam em Lisboa em defesa dos animais (Foto: Reprodução/A Bola.pt)

 A entrada da Praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, foi o local de partida escolhido para uma marcha pelos direitos dos animais. “Tourada só na cama”, “Cultura sim, tourada não” eram apenas duas das mensagens escritas dos manifestantes que marcharam até à Assembleia da República para pedir uma nova lei de proteção dos animais.
São poucos os cerca de 500 manifestantes presentes, segundo números da organização, que não têm numa t-shirt ou cartaz um animal. Predominam os cães e os gatos, mas também há um peixe e um rinocerante, elefantes, camelos, estes últimos agrupados num enorme cartaz onde o circo surge como “o pior espectáculo do mundo. Ajude a proibir o circo com animais”.

Marcha pelos animais saiu do Campo Pequeno (Foto: Nuno Ferreira Santos)
 
Ana João e Carla Lopes escolheram envergar a mensagem “os bichos não são descartáveis”, com um cão e um gato ao peito. São ambas voluntárias da Associação Guadi-Centro de Animais, que vieram de Vila Real de Santo António (Algarve) para marcar a sua posição. Dedicam-se a tentar que animais abandonados sejam adotados e chegam animadas por um sucesso recente: pelo Facebook conseguiram arranjar um tutor para a cadela Saphira no Porto, que já seguiu viagem, também lhe conseguiram arranjaram boleia. O canil de Vila Real de Santo António não abate os animais, mas essa não é a realidade da maior parte dos canis, os que não o fazem têm por trás associações como a delas, dizem.
Ana Ramos faz parte da “Adopta-nos”, um site de divulgação de animais para adoção, e deixa a mensagem aos responsáveis: “Façam as contas, sai mais barato a esterilização e adoção dos animais do que o abate”.
No meio dos manifestantes circulam várias folhas de linhas com nomes que se vão adicionando para um objetivo: a Associação Animal, que organizou a marcha, quer fazer entrar no Parlamento uma iniciativa legislativa de cidadãos e para isso precisa de 35 mil assinaturas, que começaram a ser recolhidas em setembro do ano passado.
Rita Silva, presidente da Animal, não diz quantas assinaturas já foram recolhidas, prefere dizer que todas as semanas estão na rua para alertar os cidadãos. O projeto-lei que a Animal elaborou prevê, entre outras medidas, a alteração do estatuto jurídico dos animais, a inclusão das despesas de alimentação e de saúde dos animais de companhia no IRS, o controle de superpopulação de animais abandonados, a criminalização dos maus-tratos e abandono de animais, a proibição de rodeios, touradas, animais em circos, tiro aos pombos, promoção de lutas entre animais, carrosséis de pôneis e compra e venda de animais vivos pela Internet.
A marcha tinha o término previsto em frente ao Parlamento, seguida de uma conferência de imprensa onde estariam presentes alguns deputados, como Rita Calvário, do Bloco de Esquerda, e João Rebelo, do CDS/PP.

Fonte: Público
Por Henrique Cruz.

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