O veganismo é a filosofia de vida que busca não causar sofrimentos a animais, humanos ou não. É claro que em algum momento um vegano vai se envolver, mesmo que indiretamente, em alguma atividade que envolva sofrimento de animais. O fato de colaborar (de forma indireta) para algum sofrimento animal não justifica desistir e começar a causar sofrimento diretamente e conscientemente.
Quando um cidadão de bem decide não jogar lixo na rua, ele sabe que não vai acabar com todo o problema do lixo do mundo, mas nem por isso ele pensa “ah, então vou jogar e dane-se“. Se uma pessoa acha que tudo bem jogar o lixo no chão se o chão já estiver sujo chama-se “alienada” e só age de acordo com a massa, não tem valores próprios.
Quando uma pessoa decide ser vegana, ela sabe que sozinha ela não vai conseguir acabar com a dor e o sofrimento dos animais, mas nem por isso vai fazer parte dos números monstruosos da indústria que explora animais. Mesmo com certa dificuldade de encontrar alimentação livre de produtos de origem animal, mesmo com tanta gente falando que é utopia, a pessoa que é vegana por respeito aos animais persiste.
Uns afirmam:
“Um vegano jamais vai conseguir se ver livre da exploração de animais em todos os aspectos de sua vida”.
De fato, até no pneu do ônibus onde um vegano viaja pode haver restos de animais. Algumas empresas usam um tipo de gordura na fabricação de pneus. Mas o veganismo consiste justamente em tentar mudar essa realidade, apresentando novas tecnologias e incentivando as empresas a adotarem práticas que não envolvam o sofrimento de animais (humanos ou não). Um exemplo: é perfeitamente viável para uma empresa que utiliza o corante cochonilha (saiba o que é) substituí-lo por outro, de origem vegetal. E sabe porque ela não faz isso? Porque ainda não recebeu um número considerável de reclamações. É muito mais barato usar cochonilha porque a matéria-prima, no caso os pulgões, se multiplica naturalmente. Se niguém reclama, tá dando certo e é barato, pra que mexer?
Quando uma pessoa vegana entra em contato com a empresa para dizer que não vai consumir mais tal produto porque ele contém um ingrediente de origem animal, isso gera um pequeno alerta. Quando mais pessoas fazem o mesmo, a empresa para e se pergunta se aquele ingrediente é mesmo indispensável e insubstituível. É aí que o veganismo e seu boicote começam a fazer mais sentido.
Afim de conseguir aquilo que a filosofia vegana propõe, os adeptos do veganismo boicotam empresas que exploram animais. E isso vai muito além da alimentação. É uma nova postura de vida e é uma coisa séria e gratificante.
Outros dizem:
“Sou ovo-lacto vegeatriano e nunca vou me tornar vegano, pois nunca vou conseguir não me envolver com o sofrimento dos animais”
Na cabeça da maioria dos ovo-lacto vegetarianos que dizem isso nunca passou a possibilidade de voltar a comer carne, então por que continuar colaborando para o sofrimento dos animais sabendo que a indústria do leite e dos ovos é tão ou até mais cruel que a indústria da carne? Se uma pessoa é ovo-lacto vegetariana pelos animais deveria seriamente considerar se tornar vegana, mesmo que aos poucos. Se for feito com base no respeito aos animais, não é uma tarefa difícil.
É aquela história do lixo no chão: mesmo que o chão esteja sujo, não jogue mais.
Fonte
Por Alex Peguinelli
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